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15.5.04

Bene e Zuela - A saga continua.. 

Marco era um rapaz timido, introvertido, com o cabelo a la Caniggia, magro e pindérico, usava oculos de massa com lentes grossas. Vestia-se com camisas muito justas e golas em bico, normalmente abotodadas até cima. O aspecto fisico contrastava com a esperteza e inteligência: era o melhor aluno da escola secundária La Quinta Vigia. Resumindo e concluindo era um cromo, do genero daqueles que estabelecem o padrão, a medida..era o rei dos cromos. Nas aulas de inglês até a professora o chamava de nerd. Era cromo, mas era assumido..e feliz com a sua condição.
A sua irmã, Agatha, so tinha em comum com ele os laços familiares e o facto de terem nascido no mesmo dia, da mesma barriga. Era a rapariga mais popular do seu ano, boa aluna, vistosa, presidente do clube de Las Bilharderas, desejada e pretendida por todos os rapazes. Vestia-se sempre com o ultimo berro da moda, era muito vaidosa, passava a vida a olhar para as montras das lojas (para ver o seu reflexo). Nos intervalos das aulas ia sempre a casa de banho retocar a sua maquiagem - andava sempre perfumada com Frou Frou (nas noite de festa andava com um perfume cuja caixa tinha uma estrelícia..).
Agatha estava excitadíssima com a sua festa de anos. A mãe tinha alugado o salão paroquial de La Iglesia de Nuestra Senora del Monte de Los Vendavales, cuja decoração estava agora a ser ultimada por Agatha e seu séquito de amigas. Os convites para a festa tinham sido distribuidos na semana anterior, reflectiam a sua personalidade romântica..um grande coração cor de rosa, com um pesponto dourado e no centro a sua fotografia em pose de pseudo modelo. Em post-scriptum, letras bem miudinhas, referia-se que por coincidencia, naquele dia, Marco Paulo, seu irmão invisível (como ela o chamava) iria festejar o seu aniversário.
Marco estava a borrifar-se para os devaneios de sua irmã. Tinha ja convidado os seus (dois) amigos para umas horas de leitura de Lo Grande Atlas de Venezuela e sus islas e dissecação de camaleones, para obervação posterior no microscópio que iria receber de prenda de anos. Enquanto as decorações continuavam, Marco entretinha-se a procurar os repteis para as suas experiencias.
O dia estava "muy caliente" como referia Paco, um indigena cliente habitual do Sr. José, enquanto bebia uma jola e coçava os tomates.
Bene estava atrás do bar, debruçado no balcão, a contar moscas, quando duas raparigas de 15 anos entram no bar, de braço dado aos cochichos e risinhos.
"Hola Bene", disse Rosa, a mais alta e magra, que usava uns pipis no cabelo. Carmen, a mais baixa e gorda, estava muito sorridente, evidenciando três dentes que faltavam na sua grande boca. Esta dupla, conhecidas por La Bucha e La Estica, eram duas fieis serviçais do séquito de Agatha e tinham vindo buscar Bene para ajudar a instalar a musica da festa. Bene esboçou um leve sorriso, pôs-se direito e virou-se para o Sr. José. "Papi, vou com Carmen e Rosa ajudar a mana na festa". O pai, que estava sentado ao lado de Paco, tambem coçando seus tomates, virou-se com um grande esforço, murmurando "Esta bien, pero, nao mucho tiempo, porque vem gente para ver o futebol mais daqui a pouco e preciso de ajuda".
Paco retorquiu "Mira, papi, é so 1h para montar tudo, volto logo".
Com isto, Bene deu a volta e saiu por detras do balcão. Carmen e Rosa estavam muito vermelhas e abanavam-se com umas folhas. Não era so do calor... Bene era um rapaz muito bem constituido, moreno, bem parecido, tinha muita saída com as mulheres e raparigas do bairro. Era muito popular entre o séquito de Agatha. Vestia uma camisa de alças e calções e umas sandalias.Ao chegar à porta do bar, espreguiçou-se e coçando os tomates, dirigiu-se com a dupla de raparigas completamente desafogueadas para o salão paroquial.
(continua)

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