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18.8.04

A boa tradição 


O que seria da Maria sem a porrada do Zé?

Aquela porrada diária, como quem não quer a coisa, toma lá mais uma e a seguir dá outra, porque me apetece, oramessa... É um direito na constituição e que alegra o seio de qualquer família. Quantos milhões em comparticipãções do estado (sim, do nosso bolso) em Prozacs, Xanaxes e outros não teriam sido poupados se os maridinhos, em vez de se enfiarem em frente da televisão a ver a bola, ou pior do que isso, a fingir que gramam a novela das nove, escolhessem ir dar umas boas gargalhadas com os vizinhos para a tasca (já não existem tascas nas cidades grandes, pois não?) e depois, devidamente insensibilizados dos punhos e da razão, resolvessem afinfar umas murraças bem dadas na senhora. E dizem os especialistas: não há nada como uma boa discussão para motivar o sexo.
Já que neste país dificilmente se arranjam programas culturais melhores do que ir ver o Homem Castanha parte 47 em Dolby Surround, voltemos aos antigos programas, de país conservador e temente a Deus, à luz das velas ou mesmo às escuras.

E porque não, levar esta boa prática para fora de casa e partilhar com estranhos as recentemente adquiridas artes de pugilato e luta corpo-a-corpo? Não há nada como a colocação estratégica à saída do disco-pub local, à espera do melhor pretexto para dialogar vivamente com o próximo.
E porque não fazê-lo em conjunto? Poucas práticas dão tanto prazer como rebentar a boca de um estranho indefeso em grupo. E quantos mais, melhor! Desde que estejam do nosso lado, evidentemente...

Vão ver como, passado algum tempo vão ter menos necessidade de ligar a televisão para passar o tempo, e terão sempre motivo de conversa em qualquer ocasião social:

"Sabe, Dr. Sabugo, ontem arreei na tromba de um menino da cidade. Estava a fazer-se de parvo a cantar lá no disco-pub da terra. Parti-lhe dois dentes e deixei-lhe a cara num bolo.... Pois é... E a sua senhora, como tem passado?"

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