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14.4.04

Sr. Luís, um detective português 

A porta do escritório abriu-se e espreitou a Dona Joselina, mulher do Sr. Luís. Desde que o Sr. Luís decidiu abrir o escritório, a sua mulher ajuda-o a atender os telefones e com as contas. Agora que se reformou da secretaria da escola primária do bairro tem mais tempo para o ajudar naquilo que ela comenta com as vizinhas como “um devaneio da idade”.

A verdade é que o Sr. Luís sempre gostou dos filmes de detectives americanos, especialmente aqueles a preto e branco, e sempre teve este desejo de fazer o mesmo. A filha casou-se e saíu de casa e dois meses depois o Sr. Luís reformou-se do trabalho na repartição. Um quarto vazio, o tempo livre e uma vontade de ser detective privado, foi o que bastou para colocar uma placa na porta de entrada e um anúncio no Correio da Manhã.

- Sim, o que queres? - perguntou o Sr. Luís à mulher. - Não vês que estou com um cliente?
- Olha, vou a casa da Mercedes por causa das receitas e na volta passo pelo mercado. Volto para fazer o almoço. – e fechou a porta.

O Sr. Luís cofiou os bigodes duas vezes, olhou para baixo e disse: "Pois, deve ser do tempo. Mas diga, além das dores nos joelhos, tem notado algo de anormal?". A Dona Hermínia ficou a olhá-lo fixamente, com um ar de quem não tinha percebido a pergunta. O Sr. Luís ajeitou-se na cadeira e olhou pacientemente para a sua cliente.

(continua)

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